domingo, 25 de janeiro de 2009

"As ligações perigosas" - Choderlos de Laclos

Eu vou roubar as palavras do comentário da minha edição.
Este é um livro "diabólico". E, sem dúvida, não há melhor palavra para isso.
Eu me interessei pela obra quando assisti a um pedaço de uma das adaptações para o cinema, que passava na TV.
A história se passa no fim do século XVIII e seus personagens são membros da aristocracia francesa. O filete central são as maquinações de um visconde e de uma marquesa para, por vingança, lazer ou crueldade, arruinar vidas alheias. Evidentemente, tal trama está fadada a gerar no leitor uma indignação gigantesca e deliciosa.
Outra coisa bem interessante é o formato do livro. Não há narrador, e as personagens contam os acontecimentos por meio de 175 cartas que trocam entre si. As melhores são as da marquesa para o visconde e vice-versa, onde se vê um veneno que eu não acho que possa existir em um ser humano.
A leitura é um pouco maçante, mas a obra é certamente genial.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"Romance da Pedra do Reino e do Príncipe do Sangue do Vai e Volta"- Ariano Suassuna

Bem, acho que o título está correto. É muito grande e difícil de lembrar, sabe? Mas prometo conferir assim que tiver o livro em mãoes.

Eu confesso que faltaram umas duzentas páginas pra terminar a obra, e infelizmente ainda não tive tempo de concluir a leitura. Considerando, contudo, que o livro tem mais de seiscentas páginas, acho que já posso fazer alguns comentários por aqui.

Acho que esta foi a leitura mais maluca que já fiz na vida. Maluca, mesmo. O romance é, nas palavras de Drmmond, um folhetim-epopéia, cordel e mil e uma outras coisas.
Sobre o que é?
Bom, trata-se da história de Quaderna, um sertanejo da Paraíba que, dizendo-se herdeiro do trono da Pedra do Reino, dispõe-se a procurar o seu reino e reivindicar a coroa. Tudo isso, que se passa lá pelos anos 30, acaba por levá-lo à prisão, acusado de subversão.

Além da crítica ao Estado Novo de Vargas e da saga do Quaderna, o livro também registra uma série de causos e costumes sertanejos, o que é bastante interessante.

A obra rende boas risadas, mas deve ser lida com todos os neurônios que estiverem disponíveis, já que se perder no palavreado requentado do Quaderna é fácil, fácil.

É um livro difícil e pesadão, mas vale uma leitura pela maluquice e criatividade geral.

Prometo que, assim que eu tiver paciência, termino.

"Os irmãos Karamázov"-volume 1 - Fiódor Dostoiévski

Antes de tudo, peço desculpas por não ter postado aqui por muito tempo. Também agradeço aos adoráveis internautas que tiveram a bondade de visitar meu humilde blog. Não sabem como me sinto lisonjeada. Sei que há um problema para a postagem de comentários. Já tentei de tudo para resolvê-lo, e pretendo enviar uma mensagem ao blogspot se não tiver outra saída. Caso eu não consiga mudar a situação, devo mudar o endereço do blog, postando aqui uma mensagem de aviso.

Obrigada!

Enfim, tive o imenso prazer de adquirir a última edição da obra de Dostoiévski, que é também a primeira tradução direta do russo para o português. 
Confesso que fiquei bastante impressionada com o estilo do escritor. Embora antigo, não é nem um pouco maçante, sendo uma leitura bastante agradável e empolgante. Há partes em que o autor desenvolve, através das personagens, uma série de reflexões de natureza religiosa ou política, e mesmo isso é bastante bonito e envolvente.

Adorei as personagens centrais, os irmãos Karamázov e o terrível patriarca da família, Fiódor Pávlovitch. Os três irmãos são nem um pouco parecidos, possuindo entidades opostas e fascinantes. Mas eu concordo com os críticos que dizem que Fiódor é na certa um dos melhores personagens da obra. Na descrição do Dostoiévski, trata-se de lascivo  um da mais baixo estirpe, um verdadeiro patife no mais completo sentido. Mas a riqueza das descrições que o escritor faz deste homem detestável e de suas ações vis tornam Fiódor um ponto alto do livro.

Também vale a pena a leitura pelo belíssimo painel da religiosidade ortodoxa, em que cabe ressaltar o papel de Aliócha (o irmão mais ovo, protagonista da obra) e do stárietz, monge que lhe serve de "tutor".  Os diálogos em que participam esses dois mostram um mundo a dois tempos próximo e distante da realidade cristã católica ou luterana. As reflexões morais, contudo, são lindamente universais e comoventes.

Mal posso esperar para ler o próximo volume e outros livros do autor!


Observação: seria injustiça não comentar a maravilhosa edição recente, que além de ter um trabalho gráfico de primeira é enriquecida com belíssimas ilustrações. Até como enfeite a obra vale!

sábado, 3 de janeiro de 2009

"Agosto"- Rubem Fonseca.

Livro bastante violento.
Do começo ao fim.

Peguei-o porque me interesso bastante pela década de 50, que na minha opinião foi a mais emocionante na história do Brasil.

A ambientação de "Agosto" é muito legal, e dá para se sentir nas ruas do Rio daquele tempo.

Uma história policial serve de fio condutor, e é curioso porque o leitor acompanha os criminosos e o investigador em todas as suas ações, sabendo, desde o começo, qual é a história verdadeira. Não decidi ainda se isso é muito emocionante, mas é um traço peculiar.

No geral, a obra peca pelo excesso de apelação violenta. A maioria das passagens com cenas sangrentas é "expressionista", "feia", e por isso não é lá uma leitura muito light.

A ambientação, contudo, é interessante.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

"Orgulho e Preconceito"- Jane Austen

O mais fascinante de Jane Austen não é a história em si, já que as fábulas chegam até a ser simples e bobinhas. O melhor mesmo são os diálogos, o estilo da narrativas e as ironias cômicas da autora.

"Orgulho e Preconceito" é muito engraçado, em grande parte devido ao retrato da família Bennet, que é extremamente ridícula. Dei boas risadas com a mãe das meninas, Mr. Collins, Kity, Lidia e Mary.

Por outro lado, a irmã mais velha Jane e seu romance com Mr. Bingley formam um quadro bastante comovente e realista, que enriquece bastante a obra.

A cereja do bolo é sem dúvida, o romance entre as personagens mais emblemáticas (Elizabeth e Mr. Darcy). Sendo os dois extremamente inteligentes, fica difícil para o leitor decidir quem está certo ou não, e essa confusa só se resolve com o cativante fim do romance.

Li "Pride and Prejudice" mais de uma vez. E, a cada leitura, tive a mesma sensação de inquietação e suspense até o fim do livro.

Clássico, de fato. E excelente.

 
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