quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

"Infância"- Máksim Górki

Esta foi a primeira obra russa com que entrei em contato.
Há pouco tempo fizeram uma edição bem bonita, que junta os três volumes que compõem a biografia de Górki. (perdoem-me, mas não consegui me lembrar do nome verdadeiro dele).

A linguagem é maravilhosamente clara, fria e seca, o que contrasta com o triste relato do autor. A infância parece tê-lo marcado muito, pois foi bastante cruel.

Górki passou a maior parte dos tempos de criança com a avó, o avô e os tios.
É tocante ver a carinhosa descrição da simples e desajeitada avó que, apesar de seus momentos nervosos, nunca deixou de ter carinho pelo neto.
Contrasta com essa personagem o avô, velho autoritário e extremamente malvado.
O livro retrata bem o cotidiano e a pobreza de uma família de tintureiros, na Rússia pré-revolucionária.
A paisagem não é o enfoque de Górki, mas com o enredo forma um quadro extremamente tocante.

Há passagens muito bonitas. Uma das que mais me tocou foi aquela em que Górki comenta as diferenças entre a religiosidade do avô e a da avó. Ambos eram ortodoxas, mas ao autor, criança, parecia que adoravam deuses completamente diferentes.

Gostaria de me alongar mais e mais, mas acho melhor deixar para quem quiser ler.

É bastante triste, mas muito tocante e transformador.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"A dona da pensão"- Roald Dahl, em "Beijo,"

Li este conto pela primeira vez em uma livraria. Estava de passagem quando o livro do Roald me chamou atenção. quando criança, tinha lido quase toda a obra dele e por isso me interessei por um livro dedicado a adultos.
"A Dona da Pensão" abre a obra. Confesso que fiquei bastante decepcionada com a história, porque, seja por sonolência, burrice ou falta de atenção, não entendi o final, o que me deixou com a impressão de que todo o lenga-lenga do autor não tivera propósito nenhum.
Com isso, abandonei o livro e não o comprei.
Mais ou menos um ano depois, ganhei um vale presente de livraria e, quando fui à loja trocá-lo, dei de cara com "Beijo,". Como não estava encontrando nada de mais interessante, comprei-o.
Neste dia, reli o primeiro conto, desta vez com um cuidado imenso.
Quando cheguei ao final, experimentei cinco minutos de pleno terror, causados pela história que acabara de ler.

Trata-se de uma obra-prima do terror e dos contos macabros, merecendo, na minha opinião, infinitos elogios. a história começa pacata, quase provinciana, e faz crer que será uma ação leve e paisagística. O tom suave se mantém da primeira à última linha, mas aveluda, através de sugestões, um relato absolutamente horripilante.
A leitura do conto seguinte trouxe a mesma sensação de medo e surpresa, causando-me profunda impressão.
Nas palavras da contra-capa, deixou-me o livro com "uma deliciosa sensação de desconforto".

A obra é com certeza única, pois investiga com uma sutileza gigantesca o lado perverso dos homens.

Spooky, e com certeza vale uma leitura.

"As Minas de Salomão"- Ridder Haggard

Peguei este livro para ler quando estava à procura de uma coisa rápida para me entreter nas férias.
Comprei uma edição pokcet em uma livraria e iniciei a leitura na praia.
Mal pude conter a surpresa quando percebi ser esse um excelente romance de aventura, bem típico do século XIX, época em que foi escrito.
A história, que se passa na África, me lembrou muito "A ilha do Tesouro" ou as narrativas mirabolantes de Júlio Verne.
Mais tarde, fui descobrir que Haggard era contemporânio de Defoe e Steverson tendo, contudo, permanecido obscuro durante toda a vida e até os dias de hoje.
"As minas de Salomão" contam a história de um grupo de exploradores que se embrenha nas savanas e desertos africanos para encontrar as terras dos "kakuanas", povo isolado que guardaria o segrdo das minas. A história é bastante interessante porque envolve intrigas políticas, além das tradicionais confusões das narrativas de aventura.
A tradução para o português foi deita por ninguém menos que Eça de Queirós, o que me faz crer que é bastante confiável.

 
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